O fenômeno da transferência não é uma invenção da psicanálise. Ele está presente em todas as relações humanas. Porém, Freud desenvolve este fenômeno como um conceito, estando entre os textos técnicos da psicanálise. A partir do momento em que Freud abandona a hipnose enquanto técnica e passa e apresentar seus casos a partir da regra fundamental da associação livre, observa que a transferência provoca efeitos significativos em uma análise, ora promovendo uma fala sem censura, ora levantando resistências. Contudo, sem o estabelecimento de transferência não se faz uma análise e, por esta razão, requer que o analista a maneje. Afinal, o analisando repete e projeta, inconscientemente, afetos ambivalentes ao analista.

Para Lacan, a transferência é um dos quatro conceitos fundamentais da psicanálise, é o fenômeno que permite que o paciente enderece sua fala a alguém que o escuta. O endereçamento na análise é sustentado pelo amor, o amor de transferência que confere ao analista uma posição especial e diferente dos demais.

No Seminário clínico, discutiremos textos freudianos desde a concepção do conceito da transferência ao longo de seus escritos, bem como as contribuições de Lacan, referentes à compreensão e no manejo da transferência na clínica.

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Karen Graziele Tavares

Graduada em Psicologia, em formação em psicanálise, Mestranda na Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo – USP, Coordenadora do Núcleo Psicanálise e Educação do Espaço Clínico e de Estudos Psicanalíticos – ECEP – Três de Maio/RS, Integrante da Equipe Interdisciplinar da Secretaria Municipal de Educação – EISME – Horizontina/RS.

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