A vida no mundo atual é muito diferente da vida de décadas atrás. As referências de como viver nesse mundo sofreram mudanças radicais, saímos de uma configuração de padrões pré-estabelecidos para uma diversificada, as opções se multiplicaram. Como escolher frente a tantas opções? Eis a questão. Não podemos seguir em frente sem escolher, o escolher é sempre um problema, pois implica renunciar a algo que se deixou para trás. Nos tempos atuais o catálogo de possibilidades é considerável, frente a isso surgem formas de viver, novos sintomas se apresentam como as anorexias, bulimias, epidemias de depressões, toxicomanias. Charles Melman, psicanalista francês, aponta que o sujeito contemporâneo é um homem sem gravidade, ele circula no mundo numa nova economia psíquica, o prazer extremo a qualquer preço. Uma nova subjetivação é coloca em jogo. Assim, propomos uma discussão a respeito dessa nova economia psíquica, os novos sintomas e os caminhos da clínica psicanalítica.
“O discurso capitalista é algo loucamente astucioso. Anda às 1000 maravilhas. Não pode andar melhor, mas justamente anda rápido demais. Se consome. Consome-se de modo que se consome. “
Essa fala o Lacan, atrás, numa conferência na Universidade de Milão, na Itália, em 1972. Então. Ele vai fazer referência de que o sujeito não se consumirá antes de ter consumido tudo… E consumir tudo implica em consumir os recursos, consumir a natureza, inclusive. Os próprios sujeitos que a eles servem.
E aí então é que a gente tem o surgimento dos chamados novos sintomas. Anorexia; Bulimia; Toxicomanias; Fracasso escolar; Crises de pânico…Esses novos sintomas aparecem como uma resposta, a uma tentativa de dar conta dessa nova ordem social. Neoliberal… E assim desponta muito na clínica.Somos colocados a cada momento, chamados, convocados ao consumo. Como dizia Lacan “O capitalismo vai muito bem obrigado, às 1000 maravilhas, mas só que ele está rápido demais”…Esse rápido demais, esse “time”, esse tempo tem a ver com o surgimento também desses novos sintomas de consumir-se